Vocês já devem ter visto a querida Luiza Lopes em várias campanhas da Balletto e inspirando muitas pessoas através do seu talento. Por ser tão comprometida e apaixonada pelo que faz, ela é considerada uma das bailarinas brasileiras mais importantes da atualidade. Após fazer parte da São Paulo Companhia por 7 anos, ingressou no Royal Swedish Ballet, em 2015, como primeira solista.
Durante este shooting, Luiza gravou um stories no Instagram da Balletto e seus fãs enviaram várias perguntas sobre o mundo do balé e a sua carreira. Selecionamos as melhores para ela responder, confira!
B: Como é o processo de audição de uma companhia internacional?
L: Bom, depende da companhia. Geralmente a audição é aberta ou fechada.
Na aberta, eles divulgam a pré-seleção para os interessados enviarem o currículo, fotos e vídeos. Se eles te aprovarem, você é convidado para a audição, que normalmente é uma aula. Na fechada, cabe ao bailarino enviar um e-mail com o currículo para a companhia, mesmo que eles não tenham feito nenhum tipo de divulgação. E se eles tiverem interessados, eles convidam para uma audição privada.
B: E para entrar no Royal Swedish Ballet, como foi a seleção?
L: Eles haviam divulgado uma audição aberta em uma data que eu não conseguiria participar. Então, eu enviei meu currículo e algumas fotos por e-mail e perguntei se eles tinham interesse em fazer uma audição privada comigo, e eles aceitaram me receber na data em que eu estaria disponível. A minha audição foi uma aula com os integrantes da companhia. E foi super interessante porque eu consegui ter uma noção melhor de como era o ritmo do Swedish Ballet. Então, eles me convidaram para fazer parte da companhia.
B: Luiza, você já interpretou muitos papéis principais. Quais dos papéis que você ainda não dançou, fazem parte do seu sonho?
L: Sim, me considero muito abençoada por ter dançando tantos papéis importantes. Mas ainda sonho em dançar os papéis dramáticos em performances como Manon e Onegin. São balés que requerem uma certa preparação profissional e maturidade de vida.
B: Você já se emocionou no palco? Comente sobre alguma experiência marcante.
L: Sim, várias vezes. Uma delas foi no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Eu ainda dançava com a São Paulo Companhia de Dança e fomos fazer uma turnê no Rio. Eu lembro que senti uma energia maravilhosa quando entrei no Theatro, onde tantos bailarinos renomados como Rudolf Nureyev, Mikhail Baryshnikov e Margot Fonteyn haviam dançado.
Além disso, foi um momento super especial porque estávamos dançando variações de Balanchine na turnê. Eu estava tendo um pouco de dificuldade no meu papel, então precisei me concentrar bastante para dançar esse espetáculo. E, para falar a verdade, acho que nunca dancei tão bem na minha vida. Parecia que eu estava flutuando, que eu estava fora do meu próprio corpo. Foi incrível!
B: Luiza, você pode dar dicas de como prolongar a durabilidade da sapatilha?
L: Nossa, difícil! Quando dançamos em uma companhia internacional, a sapatilha de ponta é quase descartável, porque usamos muuuito. Sério, são quase cem pares por ano. E sapatilha sempre tem que estar impecável, limpa e no angulo perfeito, porque influencia na qualidade do nosso balance. Mas, às vezes eu uso uma cola, tipo super bonder, dentro do box da sapatilha para mantê-lo mais duro por mais tempo. Ou na sola, para a sapatilha não dobrar tanto. Ah, e uma costura na ponta para ela não ficar se deslocando para frente. É um trabalho super manual, mas prolonga um pouco mais a durabilidade da sapatilha
Créditos
Fotos:Edson Kani
Beauty: Renan Tavares
Produção: T.Office
Matéria: Carolina Pires
